sábado, 31 de julho de 2010

CONSELHOS OPORTUNOS




COLETÂNEA DE INFORMAÇÕES




Para exercer a mediunidade é importante que você assegure-se de alguns instrumentos, sendo eles: intelectuais, espirituais e materiais.
Os instrumentos intelectuais resumem-se em um só: o estudo.
O estudo deve ser uma constante na vida do médium, pois desenvolve o discernimento, isto é, a capacidade de julgar.

Os instrumentos morais consubstanciam-se na conduta do médium; uma conduta moralizada protege-o contra os Espíritos ignorantes e maldosos que por ventura procurem embaraça-lo no desempenho de sua mediunidade, fá-lo contar com o auxílio dos bons espíritos, onde quer que esteja o médium deve ser um exemplo de moralidade, porém sem afetação, é interessante que procure livrar-se dos vícios, por menores que sejam.

O instrumento espiritual de que o médium deve munir-se é a fé. Não a fé cega, fanática, mas a racionada, a fé que não duvida, pois o estudo esclarece as dúvidas.
Tenha fé em Deus, em si mesmo e nas Entidades espirituais que o acompanham.
“A fé robusta nos confere a perseverança, a energia, e os recursos necessários para a vitória sobre os obstáculos, tanto nas pequenas, quanto nas grandes coisas”. (Kardec – O Evangelho segundo o espiritismo);

Os instrumentos materiais consistem no esforço do médium para ganhar o sustento seu e de sua família através do trabalho honesto, segundo sua profissão. Não use a mediunidade como meio para lucrar, explorando a boa fé das pessoas.

Para que sejamos bem sucedidos em nossa missão como médiuns é imperioso que cultivemos as seguintes virtudes: a paciência, a perseverança, a boa vontade, a humildade e a sinceridade.

Exercícios para desenvolver a mediunidade

É importante que estes exercícios sejam sempre supervisionados por alguém experiente, o médium em desenvolvimento não deve praticar estes exercícios sozinho.
Primeiro devemos aprender a concentração. Concentrar-se significa pensar em uma só coisa; habituemos-nos a fixar o pensamento e não deixá-lo vagar. Quando nós estivermos praticando o desenvolvimento de nossa mediunidade, esqueçamos completamente o que nos sucedeu anteriormente; libertemo-nos das preocupações; fixemos o pensamento unicamente em Deus e por meio de uma prece fervorosa peçamo-lhe que permita que os Orixás e Guias da casa se interessem por nós e nos ajude em nosso desenvolvimento.

Como desenvolver a Mediunidade de incorporação:

O médium coloca-se diante do altar, eleva seu pensamento à Deus, exclui da mente toda e qualquer pensamento e concentra-se em um elemento da natureza, seja uma cachoeira, o mar, floresta, jardim florido, um arco-íris, um sol brilhante, etc. relaxe o corpo e se deixa levar pelas sensações daquele momento, procurando não interferir no desenvolvimento.

Como desenvolver a Mediunidade falante:

Feita a concentração, o médium deve dedicar uns cinco minutos para a prática do exercício. O dirigente fará três ou quatro pedidos neste tempo, notando que o médium está sendo influenciado, procurará travar conversação com ele. A principal dificuldade a vencer consiste em fazer com que o médium não segure a comunicação. Quase todos os médiuns em desenvolvimento não deixar o Guia falar, apesar de atuados, logo que o médium deixar que o Guia fale livremente, o desenvolvimento se operará com facilidade. Quando o Guia começa a atuar, o médium sente a sensação de um leve choque elétrico, que lhe percorre o corpo e o faz estremecer; a respiração se acelera e o coração pulsa mais rápido; parece que alguma coisa lhe envolve a cabeça, uma porção de pensamentos lhe aflui ao cérebro e é tomado de um grande desejo de repetir em voz alta esses pensamentos. No começo o médium julga que esses pensamentos são seus e por isso reprime a manifestação do Guia; não deve reprimi-la; deve falar, repetir o que o espírito está ditando. Terminada a manifestação o Guia se retira e o médium volta ao normal. As primeiras comunicações, são palavras soltas e frases quase sem sentido; com o progredir do desenvolvimento, a comunicação se tornará concatenada até se transformar em preleções e conversações com os presentes.

Como desenvolver a Mediunidade escrevente:

O médium em desenvolvimento senta-se à mesa; toma um lápis e papel e coloca-se na posição de quem vai escrever, deixará mão relaxada ou bem mole, concentra-se. Quando o espírito começar a atuar, o médium sentirá que sua mão é puxada ora para um lado, ora para o outro; procure relaxar, não forçar nem retesar os músculos, o que dificulta e quase impede a ação do espírito; não prestar atenção ao que o espírito escreve, conservar-se bem concentrado. Nas primeiras sessões é muito natural que nada consiga; com o continuar dos exercícios, irá riscando o papel, traçando letras, em seguida palavras, depois frases e por fim, mensagens completas.

Como desenvolver a Mediunidade audiente:

Esta mediunidade para ser exercida com êxito precisa de muita sinceridade da parte do médium, porque só ele ouve o que o Guia quer transmitir. O médium concentra-se. E procura ouvir as palavras que o Guia está ditando, com o decorrer dos exercícios o médium irá ouvindo os espíritos; distinguirá a voz de cada um e reconhecerá a muitos; poderá conversar com eles, dirigindo-lhes perguntas através do pensamento às quais eles responderão.

Como desenvolver a Mediunidade vidente:

Para desenvolver esta mediunidade, procede-se da seguinte maneira: concentrados, procuramos ver, ora com os olhos abertos, ora com eles fechados. Depois de continuados exercícios, principiaremos a perceber qualquer coisa, como que uma névoa rala e luminosa; essa névoa, aos poucos irá adquirindo forma até que distinguimos os traços dos Guias presentes.
A visão mental se apresenta ao médium como se ele estivesse revendo alguém em pensamento. A princípio são apenas imagens vagas que se tornarão nítidas à medida que o desenvolvimento progride.

Como desenvolver a Mediunidade intuitiva:

O médium mune-se de lápis e papel e concentra-se. Em seguida anotará todos os pensamentos que lhe aflorarem ao cérebro. Os primeiros pensamentos que consegue receber dos Guias são confusos, frases sem nexo, palavras soltas. É comum o médium julgar que tais pensamentos são seus; não importa, deve escrevê-los e depois analisá-los. Com o progredir do desenvolvimento, os pensamentos afluirão cada vez mais claros e precisos e, com a prática o médium facilmente distinguirá o que é seu e o que é da Entidade.
Como desenvolver a Mediunidade inspirada:

O desenvolvimento da mediunidade inspirada difere radicalmente do das outras mediunidades. Na mediunidade de incorporação, o corpo inteiro, na falante, os espíritos se servem dos órgãos vocais do médium, na escrevente, da mão, na audiente, dos ouvidos, na vidente, dos olhos, na intuitiva, do cérebro; na mediunidade inspirada, os espíritos se utilizam da inteligência e do saber do médium. Os espíritos inspiram aos médiuns somente o que está ao alcance da sua compreensão; deduzimos, por conseguinte, que quanto mais cultivada estiver a inteligência do médium, tanto mais inspirado será. Para cultivar a inteligência e aparelhar-se para ser um bom médium inspirado é preciso ler muito; estudar profundamente, principalmente o evangelho. Estudando, pregando e ensinando, o médium facilmente será inspirado pelas Entidades que lutam pelo progresso espiritual da humanidade.
É comum o sono apoderar-se de nós durante os momentos em que estamos concentrados orando. Evitaremos este inconveniente, se tivermos cuidado com a alimentação. Nos dias marcados para o estudo e desenvolvimento, nos alimentaremos pouco, isto é, uma refeição leve, de maneira a não nos deixar o estômago cheio. A digestão de uma sopa, por exemplo, não provocará a sonolência que acompanha a ingestão de alimentos sólidos e pesados.

Livro consultado: A Mediunidade sem lágrimas – Eliseu Rigonatti

Mediunidade
Autoria de: Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira
(Livro: MECANISMOS DA MEDIUNIDADE)
Acena-nos a antiguidade terrestre com brilhantes manifestações mediúnicas, a repontarem da História.
Discípulos de Sócrates referem-se, com admiração e respeito, ao amigo invisível que o acompanhava constantemente.
Reporta-se Plutarco ao encontro de Bruto, certa noite, com um dos seus perseguidores desencarnados, a visitá-lo, em pleno campo.
Em Roma, no templo de Minerva, Pausânias, ali condenado a morrer de fome, passou a viver, em Espírito, monodeizado na revolta em que se alucinava, aparecendo e desaparecendo aos olhos de circunstantes assombrados, durante largo tempo.
Sabe-se que Nero, nos últimos dias de seu reinado, viu-se fora do corpo carnal, junto de Agripina e de Otávia, sua genitora e sua esposa, ambas assassinadas por sua ordem, a lhe pressagiarem a queda no abismo.
Os Espíritos vingativos em torno de Calígula eram tantos que, depois de lhe enterrarem os restos nos jardins de Lâmia, eram ali vistos, freqüentemente, até que se lhe exumaram os despojos para a incineração.
Toda via onde a mediunidade atinge culminâncias é justamente no Cristianismo nascituro.
Toda a passagem do Mestre inesquecível, entre os homens é um cântico de luz e amor, externando-lhe a condição de medianeiro da Sabedoria Divina.
E, continuando-lhe o ministério, os apóstolos que se mantiveram leais converteram-se em médiuns notáveis, no dia de Pentecostes (2), quando, associadas as suas forças, por se acharem “todos reunidos”, os emissários espirituais do Senhor, através deles, produziram fenômenos físicos em grande cópia, como sinais luminosos e vozes diretas, inclusive fatos de psicofonia e xenoglossia, em que os ensinamentos do Evangelho foram ditados em várias línguas, simultaneamente, para os israelitas de procedências diversas.
Desde então, os eventos mediúnicos para eles se tornaram habituais.
Espíritos materializados libertavam-nos da prisão injusta. (3)
O magnetismo curativo era vastamente praticado pelo olhar (4) e pela imposição das mãos. (5)
Espíritos sofredores eram retirados de pobres obsessos, aos quais vampirizavam. 6)
Um homem objetivo e teimoso, quanto Saulo de Tarso, desenvolve a clarividência, de um momento para o outro, vê o próprio Cristo, ás portas de Damasco, e lhe recolhe as instruções (7). E porque Saulo, embora corajoso, experimente enorme abalo moral, Jesus, condoído, procura Ananias, médium clarividente na aludida cidade, e pede-lhe
Socorro para o companheiro que encetava a tarefa. (8)
Não somente na casa dos apóstolos em Jerusalém mensageiros espirituais prestam continua assistência aos semeadores do Evangelho; igualmente no lar dos cristãos, em Antioquia, a mediunidade opera serviços valiosos e incessantes. Dentre os médiuns aí reunidos, um deles, de nome Agabo (9), incorpora um espírito benfeitor que realiza importante premonição. E nessa mesma igreja, vários instrumentos medianímicos aglutinados favorecem a produção da voz direta, consignando expressiva incumbência a Paulo e Barnabé. (10)
Em Tróade, o apóstolo da gentilidade recebe a visita de um varão, em espírito, a pedir-lhe concurso fraterno. (11)
E, tanto quanto acontece hoje, os médiuns de ontem, apesar de guardarem consigo a Benção Divina, experimentavam injustiça e perseguição. Quase por toda à parte, padeciam inquéritos e sarcasmos, vilipêndios e tentações.
Logo no início das atividades mediúnicas que lhes dizem respeito, vêem-se Pedro e João segregados no cárcere. Estevão é lapidado. Tiago, o filho de Zebedeu, é morto a golpes de espada. Paulo de Tarso é preso e açoitado várias vezes.
A mediunidade, que prossegue fulgindo entre os mártires cristãos, sacrificados nas festas circenses, não se eclipsa, ainda mesmo quando o ensinamento de Jesus passa a sofrer estagnação por impositivos de ordem política. Apenas há alguns séculos, vimos Francisco de Assis exalçando-a em luminosos acontecimentos; Lutero transitando entre visões; Teresa D’Ávila em admiráveis desdobramentos;
José de Copertino levitando ante a espantada observação do papa Urbano VIII, e Swedenberg recolhendo, afastado do corpo físico, anotações de vários planos espirituais que ele próprio filtra para o conhecimento humano, segundo as concepções de sua época.
Compreendemos, assim, a validade permanente do esforço de André Luiz, que se servindo de estudos e conclusões de conceituados cientistas terrenos, tenta, também aqui (12), colaborar na elucidação dos problemas da mediunidade, cada vez mais inquietantes na vida conturbada do mundo moderno.
Sem recomendar, de modo algum, a prática do hipnotismo em nossos templos espíritas, a prática do hipnotismo em nossos templos espíritas, a ele recorre, de escantilhão, para fazer mais amplamente compreendidos os múltiplos fenômenos da conjugação de ondas mentais, além de com isso demonstrar que a força magnética é simples agente, sem ser a causa das ocorrências medianímicas, nascidas, invariavelmente, de espírito para espírito.
Em nosso campo de ação, temos livros que consolam e restauram, medicam e alimentam, tanto quanto aqueles que propõem e concluem, argumentam e esclarecem.
Nesse critério, surpreendemos aqui um livro que estuda.
Meditemos, pois, sobre suas páginas. Emmanuel
Uberaba, 6 de agosto de 1959.
(2) Atos, 2:1 -13.
(3) Atos, 5:18 -20.
(4) Atos, 3:4 -6.
(5) Atos, 9:17.
(6) Atos, 8:7.
(7) Atos, 9:3 – 7.
(8) Atos, 9:10-11.
(9) Atos, 11:28.
(10) Atos, 13:1-4.
(11) Atos, 16:9-10.
(12) Sobre o tema desta obra, André Luiz é o autor de outro livro, intitulado “Nos Domínios da Mediunidade”. – (Nota da Editora)


Mediunidade, um Resumo
Bismael B. Moraes
No Universo, tudo é energia em suas mais infinitas formas. Obviamente, a Terra é apenas como que um grão de areia nos inúmeros sistemas universais e, dentro dela, em graus evolutivos diversos e em aprendizado constante, os seres humanos ainda se debatem ante as Leis da Natureza. Muitos sequer descobriram a existência dos dois planos - o físico e o espiritual - dos quais todos participamos, independentemente da nossa vontade ou condição racial, política, social, econômica ou intelectual, pois o homem não cria nem revoga lei natural ou Lei de Deus.
A mediunidade, que envolve complexas e sutis formas energéticas, é uma faculdade que está latente em todos os indivíduos, podendo apresentar-se ou manifestar-se por vários modos, dependendo do estádio moral de cada médium (que é o intermediário entre o plano físico e plano espiritual, ou seja, serve de mediador entre encarnados - pessoas - e desencarnados - Espíritos , podendo também ser aquele que recebe influência, inspiração, conselho ou ensinamento de entidades espirituais, até, às vezes, sem o perceber). Allan Kardec sintetiza os médiuns em duas categorias: aqueles de efeitos físicos (a quem os Espíritos se manifestam por intermédio de movimentos, incorporações, ruídos, sons, transporte de objetos, etc.) e aqueles de efeitos intelectuais (a quem os Espíritos se apresentam por meio de comunicações inteligentes - por idéias, escritos, desenhos, sinais, palavras etc.).
Como a vida física é efêmera (pois cada ser humano só vive pelo tempo necessário de prova que pediu ou de expiação que lhe foi determinada - de poucos minutos a muitos anos de existência terrena -, na lenta caminhada de aprendizado e progresso) e como a vida espiritual é eterna, e descobrindo-se, pelo estudo e pela pesquisa, que o espírito se comunica pelo pensamento, o raciocínio nos mostra, claramente, que somos espíritos encarnados, porque estamos sempre pensando: nosso corpo frágil, auxiliado pelos cinco sentidos - visão, tato, audição, olfato e paladar - é peça material que requer consciência e razão. Por isso, as diferenças entre os seres da mesma família: uns já viveram muito, antes, e aprenderam; outros viveram poucas existências e ainda não aprenderam.
Todos temos algum tipo de mediunidade; é dom concedido por Deus. Porém, só alguns possuem as chamadas mediunidades de tarefa: audiência (de ouvir vozes de Espíritos); vidência (de ver Espíritos); psicografia (de escrever o que ditam os Espíritos); psicopictografia (de pintar sob ação dos Espíritos); falante (de transmitir pelos órgãos vocais a palavra do Espírito); xenoglossia (de falar e escrever línguas estrangeiras que não conhece), incorporação (emprestar o corpo para que Guias, Orixás e outros espíritos se manifestem) além de outros tipos de mediunidade. Há pesquisadores e estudiosos do Espiritismo que classificam acima de cinqüenta os tipos de mediunidade. Existem ainda os casos de médiuns especiais, dotados de aptidões particulares, como os enumera Allan Kardec, no capítulo XVI, em "O Livro dos Médiuns", obra indispensável a quem se predisponha ao estudo sério sobre os tipos de mediunidade.
O médium, para desincumbir-se das tarefas que lhe são confiadas pelo plano espiritual, deve ser diligente, aplicado, sincero, disciplinado e bondoso, evitando o orgulho e a vaidade. Jamais deverá colocar-se na condição de superior perante os demais irmãos, sejam estes seguidores ou não da nossa religião, sabendo que é apenas um tarefeiro e que tem como diretrizes os ensinamentos Guias e Orixás e, no que tange aos cristãos, as lições morais de Jesus, para a prática do bem.
"O médium é um companheiro. É um trabalhador. É um amigo. E é sobretudo nosso irmão, com dificuldades e problemas análogos àqueles que assediam a mente de qualquer espírito encarnado".
"Mediunidade não é pretexto para situar-se a criatura no fenômeno exterior ou no êxtase inútil, à maneira da criança atordoada no deslumbramento da festa vulgar. É , acima de tudo, caminho de árduo trabalho em que a pessoa, chamado a servi-la, precisa consagrar o melhor das próprias forças para colaborar no desenvolvimento do bem". ( Ensinamentos do Espírito Emmanuel, no livro "Mediunidade e Sintonia", pelo médium Chico Xavier).

O Médium e os tipos de mediunidade
O princípio dos fenômenos psíquicos repousa sobre a propriedade do fluido perispiritual que constituiu o agente sobre as manifestações da vida espiritual durante a vida e depois da morte

Introdução 1 – O Espiritismo tem por princípio as relações do mundo material com os Espíritos ou seres do mundo invisível.

Questão 159 – Médium
 toda pessoa que sente a influência dos Espíritos, em qualquer grau de intensidade
 finalidade inerente ao Homem
 não constitui privilégio e são raras as pessoas que não a possuem pelo menos em estado rudimentar
 todos são mais ou menos médiuns
 aplica-se somente aos que possuem uma faculdade mediúnica bem caracterizada, que se traduz por efeitos patentes de certa intensidade, o que depende de uma organização mais ou menos sensitiva
 não se revela em todos da mesma maneira
 aptidão para esta ou aquela ordem de fenômenos, o que os divide em tantas variedades quantas são as espécies de manifestações.

Tipo mais usual de mediunidade

Incorporação
O médium empresta seu corpo para que os Guias se manifestem, assumindo a forma que tinham quando de sua passagem pela vida material.

Inspiração
Influência dos Espíritos em nossos pensamentos Influem a tal ponto, que, de ordinário, são eles que vos dirigem.

Distinção entre pensamentos nossos e dos outros
Os pensamentos próprios são os que acodem em primeiro lugar. Não é de grande interesse estabelecer essa distinção. Muitas vezes, é útil que não saber, pois agimos com mais liberdade. Se se decide pelo bem, é voluntariamente que o pratica; se toma o mau caminho, maior será a sua responsabilidade.

Médiuns sensitivos – pessoas susceptíveis de sentir a presença dos Espíritos por uma sensação geral ou local

Manifestação dos Espíritos – item 6 – Dos médiuns

A faculdade depende da organização do indivíduo, pode ser desenvolvida quando existe o princípio, mas não pode ser adquirida quando o princípio não existe. A predisposição mediúnica não depende de sexos, idades ou temperamentos; encontram-se médiuns em todas as categorias de indivíduos.

Nota de J. Herculano Pires – A mediunidade depende da organização do corpo humano que, por sua vez, depende do perispírito. São as relações do perispírito com o corpo, formando um organismo de dupla natureza, espiritual e material, que condicionam a existência em maior ou menor grau de mediunidade e suas possibilidades de desenvolvimento. Não se pode atribuir a mediunidade ao corpo. Depende essencialmente do perispírito. Sua sede é o perispírito. Da maior ou menor possibilidade de emissão de fluidos e de assimilar os seus fluidos com os dos Espíritos depende a capacidade do médium

Modelo para o Homem

Jesus é para o Homem o tipo da perfeição moral a que pode esperar a humanidade na Terra. Deus nô-lo oferece como o mais perfeito modelo e a doutrina que ele ensinou é a mais pura expressão de sua lei, porque ele foi o Ser mais puro que já apareceu na Terra.

Jesus era médium?
Jo 12:49-50 – Pois não falei por mim mesmo, mas o Pai que me enviou me ordenou o que dizer e o que falar. Sei que o seu mandamento é a vida eterna. Portanto, o que eu digo é exatamente o que o Pai me mandou dizer.
Jo 14:24 – Aquele que não me ama não obedece às minhas palavras. Estas palavras que vocês estão ouvindo não são minhas; são do meu Pai que me enviou.

 como Homem – organização dos seres carnais
 como Espírito puro – devia viver na vida espiritual mais que na vida corporal, da qual não tinha as fraquezas.
 superioridade era relativa às qualidades de seu Espírito, não de seu corpo  dominava a matéria de maneira absoluta
 Médium é intermediário, instrumento de que se servem os Espíritos desencarnados  não tinha necessidade de assistência em vista de seu poder pessoal  Se ele recebesse um influxo estranho, não poderia ser senão de Deus; segundo a definição dada por um Espírito, era o médium de Deus.
Resumo da exposição feita em nosso 15.º Simpósio, cujo tema central foi: Comportamento Moral do Médium.







Espiritualidade e Prosperidade

Talvez você já tenha se perguntado por que muitas pessoas "não espiritualizadas" prosperam e vivem felizes, em abundância e conforto, enquanto que muitas pessoas ditas "espiritualizadas" vivem a trancos e barrancos, senão com falta ao menos não com abundância de recursos materiais. Por que isso acontece? Será que a espiritualidade está fadada a ser sinônimo de penúria e desconforto?
Pessoas não espiritualizadas buscam conforto e prazer e quando as encontram não se sentem culpadas por isso, pelo contrário, para elas essas dádivas não são uma benção do céu mas algo de que elas têm direito legítimo e, até mesmo, que a natureza a sua volta tem obrigação de lhes dar. Dessa forma elas não se sentem, de forma alguma, constrangidas em buscar mais e assim vivem uma vida repleta de conforto, alegrias, abundância e prosperidade.
Já as pessoas espiritualizadas, quando encontram conforto e satisfação as encaram como uma dádiva divina, algo que foi recebido de presente, enviado por Deus, ou pelos deuses, com ou sem mérito, uma benção dos céus. Assim, como receberam de presente, sentem-se constrangidas em pedir ou buscar mais além do que lhes foi dado e dessa forma vivem uma vida de mais-ou-menos. Talvez não cheguem aos píncaros da miséria mas andam sempre pelo limite, tendo apenas o suficiente para viver - ou sobreviver - de forma razoável.
A diferença então parece estar basicamente na postura que se tem com relação as posses materiais. Para os não espiritualizados a posses materiais são simples fato e como tal estão passíveis de serem aumentadas, canalizadas, administradas, gerando assim abundância e prosperidade duradouras. Para o espiritualizado elas representam uma benção divina e como tal dependem de autorização superior para serem administradas, ficando seu possuir, virtualmente, de mãos amarradas quanto ao trato das coisas materiais.

O camelo na agulha e o rico no céu

Mateus cap. 19 versículos 16-24 narra a estória de um jovem, possuidor de grande fortuna, que pergunta a Jesus o que lhe falta para entrar no reino de Deus. Depois de verificar que ele tem seguido os mandamentos (não roubaras, não matarás, etc.), ou seja, tem sido um bom cidadão e um bom religioso, diz-lhe só faltar uma coisa, livrar-se de tudo o que tem para juntar-se a ele, Jesus. Neste momento o tal jovem retira-se triste pois não queria abandonar sua riqueza. E Jesus finaliza com o clássico: "é mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no reino dos céus."
Cabe lembrar que camelo aqui não se trata de animal, obviamente, mas de uma corda, muito grossa, usada antigamente para amarrar navios ao ancoradouro.
Esta passagem deve ter sido uma das prediletas da igreja instituída durante a Idade Média. A primeira vista ela parece deixar claro que para ser um bom cristão (espiritualizado) é preciso ser pobre, estando o rico, possuidor de fortunas e bens materiais, fadado a permanecer excluído do céu. No entanto, a Idade Média passou e com ela seus dogmas e paradigmas.
Atualmente, com a mente mais esclarecida e equilibrada, é possível ter-se uma outra visão dessa passagem, a visão do Desapego. Por essa ótica o ponto crucial não é possuir ou não muitos bens materiais mas sim estar ou não dependente deles, preso a eles, viciado neles. Posses materiais podem gerar vício tal como cigarro, álcool, comida ou qualquer outro produto químico.
Abundância de recursos materiais costuma andar de mãos dadas com status social e por isso é atualmente considerada como essencial. Mas nem sempre foi assim e não precisa ser assim sempre. Uma amostra drástica dessa dependência de bens materiais é o número de suicídios registrados em 1969, logo após a quebra da bolsa de valores de Nova York que ficou conhecida como a terça-feira negra. Na ocasião milionários nascidos em berço de ouro ficaram pobres da noite para o dia de forma imprevista e inesperada.
Espírito e matéria: Equilíbrio

Dizia o mestre galileu que nem só de pão vive o homem. No entanto, também nem só de espírito vive o homem. Nós não somos apenas espírito nem somente matéria mas uma junção dos dois. Assim precisamos alimentar nosso corpo físico tanto quanto precisamos nutrir nossa alma. Qualquer desequilíbrio, seja num lado ou no outro, é causador de problemas.

Atualmente a própria medicina ocidental tem reconhecido a necessidade de se manter uma mente tranqüila e harmoniosa a fim de propiciar um organismo saudável. A relação entre câncer e atitudes e pensamentos inadequados já não é mais novidade. Também já está comprovado como um estado mental positivo, com bom ânimo e alegria, pode, senão curar ao menos facilitar a cura de muitas doenças, inclusive câncer e outras doenças degenerativas.

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde) a definição de saúde é: "um estado de completo bem-estar físico, mental e social...". A inter-relação entre físico e mental é inquestionável, já é fato comprovado. O fator social acaba sendo conseqüência do fator mental mas não só dele. Vivemos em uma sociedade capitalista onde é preciso comprar aquilo de que necessitamos para viver: comida, roupas, casa, eletricidade, transporte. Isso é fato.

Com uma alimentação deficiente é impossível manter-se um organismo saudável. Com um corpo fraco e deteriorado, talvez abatido por alguma disfunção orgânica, não se pode manter um estado de espírito positivo. E sem bem-estar físico e mental não há perfeita convivência social. Para todos eles é necessária a aquisição de determinados elementos: alimentos e roupas para o corpo; livros, revistas, músicas para o espírito; encontros, passeios, participação em eventos para o social. Para adquirir esses elementos, em uma sociedade capitalista, é preciso ter dinheiro. Então para se ter uma perfeita saúde torna-se fundamental a posse de recursos financeiros mínimos para manter esses três fatores em equilíbrio.
DIREITOS AUTORAIS: Este texto pode ser copiado, por quaisquer meios e para qualquer fim, desde que citada a autoria.

INFORMAÇÃO é mais do que um DIREITO, é um DEVER.
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Ninguém é melhor do que ninguém,
ninguém é pior do que ninguém,
somos todos iguais aqui.
Estamos todos aprendendo,
por ação ou por omissão,
querendo ou não.
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Pai Eterno, em tuas mãos entrego meu Espírito;
Faze de mim instrumento da tua Obra; E que a minha
vontade seja, Hoje e Sempre, a tua Vontade.









O Mal das fofocas e intrigas dentro de um terreiro de Umbanda.

A Umbanda é uma religião livre e aberta a todos, ou seja: livre, pois não se prende a uma doutrina exclusiva e restritiva, permitindo a cada ramificação e a cada terreiro, exercerem a sua própria doutrina e seus próprios fundamentos de acordo com seus guias espirituais; aberta, pois recebe a todos sem preconceito de crença, cor, status social ou econômico, ou preferências sexuais.
As casas de Umbanda estão sempre com suas portas abertas a todos, se motivando pela caridade no ajudar ao próximo, e na educação moral e espiritual do ser humano.
O "código moral umbandista" se baseia no respeito as diferenças, no respeito a todas as crenças, e a todas as formas de praticar a religião de Umbanda que existem no mundo. É, no mundo, pois a Umbanda se tornou uma religião não só brasileira, mas que se encontra em vários países, como: EUA, Argentina, Uruguai, França, Suíça, Portugal etc.
Sem preconceito, a Umbanda acolhe a todos e a todos tem uma palavra de força, de fé de conforto. Porém, os terreiros não são perfeitos, pois o material de trabalho dos Guias e Orixás somos nós, seres humanos que têm defeitos, manias, maus hábitos, defeitos morais e espirituais que os Guias têm de conviver, e, aos poucos, quando a matéria permite modificações, eles as fazem de bom grado, mas sabendo que nem tudo é passível de mudança. Só tempo é com muita paciência e boa vontade (com uma dose de determinação e aceitação do médium) é que as mudanças podem ocorrer (Umbanda não faz milagres, muito menos, os Guias e Orixás).
Um dos piores defeitos morais coletivos que pode existir dentro de um terreiro é a "fofoca", e, com ela, as intrigas. Se existem fofocas isso demonstra que também existem inveja, ciúmes, vaidades, soberba ... Ou seja, uma série de maus modos que têm como termômetro a fofoca.
Normalmente o "médium fofoqueiro" não faz essa prática por mal. Ele a faz por um vício que traz de casa, do convívio familiar e que não foi corrigido em tenra idade, e que acaba se tornando um vício que persegue a pessoa dentro da própria família, em suas relações pessoais, no trabalho e, infelizmente, dentro de uma casa espiritual (não só nos
terreiros de Umbanda, mas nas casas espirituais em geral: Igrejas, Centros Kardecistas, Terreiros de Candomblé etc).
O "médium fofoqueiro", muitas vezes, não tem idéia do mal que acaba fazendo, pois se torna compulsivo e involuntário nas palavras (a língua acaba sendo mais rápida do que o pensamento racional e moral). Com isso acaba gerando desconforto dentro do ambiente do terreiro, pois finda no jogo cruel e imoral do "jogar uma pessoa" contra as outra, ou outras;
amigos contra amigos, irmãos contra irmãos; Pai/Mãe de Santo contra o ou os filhos; os filhos contra o Pai/Mãe de Santo. Ou seja, gera um caos, onde o "médium fofoqueiro" fica olhando e se divertindo com tudo aquilo, sem dar conta do estrago que está fazendo.
As situações podem chegar a um ponto tal que as próprias "entidades" do "médium fofoqueiro" passam a absorver esse mal, ou o médium passa a ser anímico a tal ponto que suas "entidades" passam a também fazer fofocas, tais como: "tem uma pessoa aqui no terreiro que diz ser sua amiga, mas que vai te passar a perna"; "você deveria tomar cuidado, pois tem gente aqui dentro de olho no(a) seu(ua) homem/mulher"; "o cavalo de fulano fez aquelas obrigações, mas o seu não faz ...".
Essas situações são terríveis e acabam marcando o próprio médium, e, sem dizer, as suas "entidades", pois acabam, ele/ela e as entidades, perdendo a credibilidade, a confiança. Nesse ponto, onde antes havia "o veneno pernicioso da fofoca" gerado pelo médium, ele acaba colhendo o próprio fel que plantou. Caindo em desgraça diante dos irmãos e da
própria assistência, fazendo com que o Guia chefe da casa ou o próprio sacerdote chefe, acabe tendo que tomar medidas drásticas, como: a suspensão, a bronca pública ou mesmo a expulsão do médium do terreiro.
Porém, como lidar para que as coisas não cheguem a um ponto extremo de ter que expulsar um "médium fofoqueiro" de um Terreiro?
Inicialmente as queixas devem ser levadas ao Guia chefe da casa e/ou ao Sacerdote de comando do Terreiro, para que ele possa avaliar essas queixas. Caso as mesmas sejam pertinentes, o "médium fofoqueiro" deve ser chamado, tendo em vista que a pessoa não faz essa prática por ser ruim, mas porque tem problemas diversos (baixa estima; ciúmes
inexplicáveis; é muito possessiva e não aceita dividir ou ter perdas; problemas de relacionamento em casa: marido, pais ou filhos; é uma pessoa, muitas vezes, amarga com a vida e com as pessoas em volta dela, frustrada nos relacionamentos pessoais, nos relacionamentos familiares, no trabalho ou com sua própria aparência etc). Assim deve-se tem muito tato para conversar com o médium para que ele não se sinta perseguido ou
constrangido (Normalmente o "médium fofoqueiro" e uma pessoa que se sente perseguida diante de qualquer problema, principalmente dentro daqueles que ela tenha provocado - isso é uma forma de auto-proteção ou fuga do problema. Também se sente constrangido por qualquer motivo e diz, gagueijantemente, que não foi ele/ela colocando a culpa em outrem
ou em ciúmes e invejas; chora copiosamente ou, em casos de fuga, se deixa receber um kiumba que diz que "vai levar, foi trabalho mandado ou algo do gênero", fazendo muito estardalhaço e sendo agressivo). No todo a conversa deve ser franca é concentrada no problema colocado e se a pessoa tem idéia do que fez, buscando-se sempre os motivos (coerentes ou não).
O "médium fofoqueiro" deve entender que aquele tipo de prática não pode existir dentro do terreiro, ficando claro que punições são cabíveis a esse tipo de prática, podendo chegar à expulsão. Caso as coisas tenham ido para o lado dos Guias do "médium fofoqueiro", os mesmos devem ser convocados e chamados a atenção, pois não estão cuidando do "cavalo"
devidamente, e, acima de tudo, estão permitindo o animismo e a falsa espiritualidade residirem no médium.
O sacerdote também deve buscar saber o estado espiritual e mental do médium para que ele possa ser tratado e/ou cuidado (se for espiritual no espiritual, o Guia chefe da casa deve ser consultado para ver o que pode ser feito em termos de descarregos, banhos, oferendas e/ou obrigações; se for no material/mental, deve-se indicar um Guia da casa para
acompanhar o médium, e, dependendo da gravidade do problema, um psicólogo, terapeuta ou mesmo um psiquiatra, deve ser recomendado).
O "médium fofoqueiro" deve ser sempre monitorado até que os problemas sejam sanados, e o bem estar volte à comunidade como um todo.
O trabalho espiritual é constante e não adianta acreditar que as coisas irão se resolver sozinhas ou pelo Astral Superior. Esse é um pensamento muito comodista, pois as coisas dos homens, em geral, são resolvidas pelos próprios homens ou com apoio e intervenção da espiritualidade através dos Guias. Se as coisas são deixadas de lado por medos vários,
elas tendem a crescer a um ponto do insuportável, onde acabamos tomando medidas ou posicionamentos extremos, onde poderíamos ter uma ação mais preventiva ou pró-ativa para evitar ou sanar os problemas.
Autor: Etiene Sales – GhostMaster –
Sacerdote Umbandistas e pesquisador na área de Ciência das Religiões.

MESTRES DO TEMPO






Geralmente, quando as pessoas olham para o pêndulo de um relógio, pensam que ele vai e volta, mas na verdade o pêndulo somente vai, vai, vai,... Infinitamente!

Não há como ele voltar, pois a terra gira sobre seu próprio eixo e em torno do sol, além de todos osmovimentos do Universo, o pêndulo somente vai, vai, vai... Confundimos nossa percepção com a realidade!

O tempo é uma ilusão; na verdade não existe mais o passado, nem futuro aconteceu ainda, mas existe o
presente.

Você já viu alguém que respira no passado ou no futuro? Somente podemos respirar agora!

Se fossemos mestres do tempo saberíamos que o agora é o maior presente que temos. Viva o Agora!

Muitos vivem do passado ressentindo o que passou, querendo reviver paixões que se foram, tentando resgatar algo que já não existe mais. Arrastar pela vida tamanho peso nos faz esquecer de nosso presente: o agora!

Se fossemos mestres do tempo deixaríamos nosso passado para trás, saberíamos que tentar reviver o passado é perda de tempo.

Viveríamos no agora com a leveza de um balão. Livres diante da vida!

Muitos vivem de futuro, “pré-ocupados” com o que irá acontecer. Carregam-se de ansiedade e vêem barreiras em tudo.
Vivem com medo.

Se fossemos mestres do tempo, plantaríamos nossos pés no presente, teríamos a certeza de que no futuro tudo daria certo e estabeleceríamos metas para termos um norte e nisso pautaríamos nossas escolhas!

Muitos ficam o dia todo contando suas perdas, as riquezas que não acumularam, os cursos que não fizeram, o namoro que acabou e só sabem reclamar.

Se fossemos mestres do tempo saberíamos que um dia é apenas uma unidade de medida dividida em 24 horas e que cada um de seus 1440 minutos é uma oportunidade de ganho, de recomeçar, de enriquecer e de agradecer.

Muitos passam a vida reclamando de seu trabalho e se esquecem que assim, se trabalharem dos 18 anos aos 55 anos, 8 horas por dia, terão passado mais 12 anos de sua vida se lamentando.

Se fossemos mestres do tempo saberíamos que o trabalho faz parte de nosso desenvolvimento e que o trabalho não é ruim, mas que precisamos aprender a valorizar o que temos.

Muitos vivem suas vidas tentando controlar o incontrolável, como: suas emoções, seus filhos, sua família, seu futuro... Sofrem por saber que o controle de tudo é impossível, mas continuam tentando.

Se fossemos mestres do tempo, viveríamos mais soltos, felizes e serenos.

Compreenderíamos que há coisas que não podem ser controladas, que se investíssemos nosso tempo em dirigir nossas próprias vidas seríamos mais felizes.

Muitos querem que tudo seja perfeito, passam a vida criticando os outros e a si mesmos, ante ao mínimo defeito ou erro.
Paralizam-se na vida e paralisam aqueles que estão a sua volta.

Se fossemos mestres do tempo saberíamos que na vida tudo é bom, perfeito e benéfico e tudo está exatamente onde deveria estar, saberíamos que não existe fracasso, e sim aprendizado.

Muitos passam a vida indecisos, não sabem o que querem e não procuram saber, deixam a vida os levarem como um barquinho de papel perdido no oceano. Não conseguem se encontrar.

Se fossemos mestres do tempo investiríamos em nosso autoconhecimento, saberíamos o que realmente é importante para nós e buscaríamos viver isso a cada segundo de nossas vidas. Usaríamos o maior dom que nos foi concedido: o livre arbítrio.

Muitos passam pela vida omissos e culpam os outros e o mundo por tudo de errado que lhes acontece, esquecem que omissão também é uma escolha.

Se fossemos mestres do tempo assumiríamos nossas responsabilidades e deixaríamos de ser conduzidos pelas circunstancias e nos tornaríamos líderes de nós mesmos.

Muitos acreditam que a felicidade não existe e que somente há momentos felizes. Passam a vida mendigando momentos de felicidade.

Se fossemos mestres do tempo saberíamos que a felicidade mora dentro de nós mesmos e que uma vida feliz existe sim, mesmo interrompida pelos momentos de desafio, de sofrimento e de crescimento.

Para sermos mestres do tempo precisamos reconhecer que tudo começa em nós ou por nós, que o que passou, passou; que ninguém sabe realmente o que virá, será ou acontecerá e que o agora é sempre um recomeço.

Por isso, Recomece !!! Nunca é tarde !!!!!!!

Um final de semana com muita LUZ prá você.



Cláudia Rinvenuto

Como ser legalmente reconhecido como sacerdote/sacerdotisa?‏

Sacerdote/Sacerdotisa
LEGALMENTE CONSTITUÍDOS
COMO FAZER?
POR HÉDIO SILVA JR.
Organização das Nações Unidas (ONU) prevê que toda confissão religiosa tem o direito de sele¬cionar, eleger e nomear seus sacerdo¬tes de acordo com seus dogmas e tradições.
Na Constituição Federal encontra¬mos duas regras importantíssimas:
1. é livre a organização religiosa, a liturgia, o culto e a crença;
2. é livre o exercício de qualquer ofício, trabalho ou profissão, ha¬vendo ca¬sos em que a lei exige cer¬tos re-quisitos.
Qual a diferença entre ofício, traba¬lho e profissão?
• ofício é uma ocupação perma¬nen¬te (intelectual ou manual) que ge¬ral¬mente não exige formação técnica ou escolaridade. O conhecimento em que se baseia o ofício pode ser especí¬fico de um determinado grupo ou seg¬men¬to. Por vezes ele resulta de um dom, um pen¬dor natural; por isso a lei não estabe¬le¬ce nenhuma exigência pa¬ra o seu exer¬cício;
• profissão indica uma atividade ou ocupação técnica, exigindo, em mui¬tos casos, escolaridade, treinamento e habilitação técnica;
• trabalho é todo esforço físico ou mental (intelectual) remunerado, di¬ri¬gido a uma finalidade econômica.
Vemos assim que sacerdócio não é profissão, tampouco trabalho.
Não é profissão porque em muitos casos tem muito mais a ver com dons naturais do que com técnicas.
Não é trabalho primeiro porque não se dirige a uma finalidade econômica – e sim espiritual; segundo porque não pode ser remunerado: sacerdote não recebe salário, não é empregado. Mas pode ter sua subsistência mantida pela organização religiosa.
Há vários casos em que pastores e padres foram ao Poder Judiciário reivin¬dicar vínculo de emprego com igrejas: em todos eles os tribunais concluíram que o ministério religioso é ofício e não trabalho ou profissão.
Isto quer dizer que a organização re¬ligiosa pode e deve garantir o sus¬tento do sacerdote/sacerdotisa – o que é diferente de remuneração, de salário.
Há um outro aspecto que merece aten¬ção: para tornar-se Advogado, além de concluir a faculdade de Direito, o indivíduo precisa ser aprovado em um exame organizado pela OAB - Ordem dos Advogados do Brasil.
Seria possível a exigência de um exame de seleção para que alguém seja considerado Sacerdote ou Sacerdotisa de qualquer religião?
A resposta é não, definitivamente não! Cada Religião tem o direito de de¬cidir sobre a escolha, preparação e indi¬ca¬ção dos seus sacerdotes. A Consti¬tui¬ção brasileira proíbe o Estado de im¬por qualquer exigência, inclusive esco¬la¬¬ridade, para que alguém seja consi¬de¬rado Ministro Religioso.
O Brasil não possui religião oficial (estado laico), de modo que todas as religiões são iguais perante a lei. Do ponto de vista jurídico, um Rabino é mi¬nistro religioso tanto quanto um Sheik, uma Iyalorixá, um Dirigente Um-bandista, um Pastor ou um Padre.
Como fazer, então, para que al¬guém seja considerado legalmente Mi¬nistro Religioso (termo utilizado pela legislação)?
A resposta está na “Declaração para a Eliminação de Todas as Formas de Intolerância e de Discriminação Baseada em Religião ou Crença”, adotada pela ONU em 1982.
O art. 6º desta norma internacional determina que toda Religião tem o direito de “treinar, apontar, eleger ou de¬signar por sucessão líderes apro¬priados de acordo com as exigências e padrões de cada religião ou crença”.
NA PRÁTICA ISTO SIGNIFICA QUE:
• O estatuto da organização religio¬sa deve prever que aquela comuni¬da¬de, além dos dirigentes civis (Presi-den¬te, Tesoureiro, etc.) possui um(a) diri¬gen¬te espiritual, que a lei chama de au¬to¬ridade ou ministro religioso;
• A indicação, nomeação ou eleição do(a) Ministro(a) Religioso(a) deve cons¬tar em ata, do mesmo modo como se faz com os dirigentes civis.
Não importa a forma pela qual cada comunidade indica o(a) Ministro(a) Re¬ligioso(a). O importante é que seja feita uma ata da nomeação/indicação e pos¬se.
Uma vez que estatuto e ata este¬jam registrados em cartório, aquele(a) dirigente espiritual passa a ser consi-derado legalmente Ministro Religioso. E mais: nenhuma pessoa, seja funcio¬ná¬rio público, Juiz, Prefeito, Governa¬dor ou Presidente da República poderá dizer que aquela pessoa não é um Mi¬nistro(a) Religioso(a). Caso isso acon¬tecesse, estaríamos diante de um cri¬me, a discriminação religiosa, com pena de prisão que varia de 3 a 5 anos.
Esta é mais uma razão para que os Sacerdotes e Sacerdotisas se preocu¬pem com a parte legal, a regularização dos templos e do próprio sacerdócio.
A reflexão que deixo para os(as) leitores(as) é a seguinte: aprendi logo cedo, nas Minas Gerais, que quanto maior a liberdade maior deve ser a responsabilidade. Como é grande a liberdade de crença em nosso país, igual¬mente grande deve ser a serie¬dade, integridade e responsabilidade dos nossos Sacerdotes/Sacerdotisas, não?

quinta-feira, 29 de julho de 2010

As lições do “axé” :


As lições do “axé” :

a pedagogia intercultural e comunitária nas religiões afro-brasileiras


Profa. Dra. Cristiana Tramonte

* Professora do Centro de Educação da Universidade Federal de Santa Catarina; Mestre em Educação e Doutora em Ciências Humanas pela UFSC.


Resumo

Sob o prisma da Intercultura, as práticas das religiões afro-brasileiras apresentam-se como um campo híbrido de construção de identidade no qual emergem novas estratégias de organização que apontam novas perspectivas para a educação intercultural.
As religiões afro-brasileiras, cujo comando cultural pertence à população negra, congregam a diversidade das origens étnicas e culturais do país, consolidando-se como signos de “brasilidade”. O artigo aqui proposto visa a apresentar a experiência educativa comunitária e intercultural de dois grupos, dois “terreiros” de prática religiosa, completando assim, um ciclo de significações que tenta compreender a problemática do ponto de vista de sua complexidade e da integralidade quando tratamos dos sujeitos destas vivências.

Introdução

Sob o prisma da Intercultura, as práticas das religiões afro-brasileiras apresentam-se como um campo híbrido de construção de identidade no qual emergem novas estratégias de organização que apontam novas perspectivas para a educação intercultural.
As religiões afro-brasileiras, cujo comando cultural pertence à população negra, congregam a diversidade das origens étnicas e culturais do país, consolidando-se como signos de “brasilidade”. O artigo aqui proposto visa a apresentar a experiência educativa comunitária e intercultural de dois grupos, dois “terreiros” de prática religiosa, completando assim, um ciclo de significações que tenta compreender a problemática do ponto de vista de sua complexidade e da integralidade quando tratamos dos sujeitos destas vivências.
Essa multiplicidade de inter-influências produz um campo eminentemente educativo no qual os desdobramentos não são unívocos, mas múltiplos e complexos; é esta relação que produz o campo intercultural.
Entende-se Intercultura conforme a define Giacalone (1998): esta colocada a relação intercultural quando as diferentes dimensões entram em relação, “colocam-se em jogo”: “Se a multiculturalidade pode ser a convivência ...entre grupos distintos, a intercultura é a possibilidade de um projeto, de uma troca, na qual existe a reciprocidade de olhares e de intenções, na qual se dá o confronto entre identidade/diferença”.
Este é um universo de significados de extrema relevância se tomarmos em consideração os fanatismos e extremismos de toda ordem que surgem e ressurgem nesta virada de milênio.
Nas relações endógenas dos grupos religiosos afro-brasileiros, analisaremos especificamente o trabalho de formação e desenvolvimento mediúnico desenvolvido pela Tenda de Umbanda Cabocla Marola do Mar.
Em suas relações exógenas, procuramos desvendar o trabalho educativo intercultural comunitário desenvolvido pela Tenda Espírita Caboclo Cobra Verde.

O trabalho de formação e desenvolvimento mediúnico: o caso da Tenda de Umbanda Cabocla Marola do Mar

Vários centros religiosos desenvolvem, junto a seus médiuns, um trabalho de formação e desenvolvimento, que caracteriza uma ação intercultural em seu sentido mais amplo. Segundo Fleuri (1999) “na atividade formativa ressaltam-se as formas e conteúdos da cultura interiorizada pelos indivíduos na vida cotidiana, a variedade ...das experiências com que estabelecem contato...” É nesta perspectiva que analisaremos o trabalho desenvolvido pela T.U. Cabocla Marola do Mar pela excelente sistematização do trabalho, confecção de material pedagógico e pelo lugar central que a preocupação educativa ocupa no grupo como um todo. A atividade de estudo e pesquisa da Tenda atua como um suporte das ações de atendimento e desenvolvimento.
A Associação Beneficente Tenda de Umbanda Cabocla Marola do Mar é uma sociedade civil, pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, de caráter cultural, educacional, social e filantrópico “voltado especialmente para o estudo e difusão da cultura afro-brasileira” . A mãe-de-santo (ou chefe-de-terrreiro) responsável é Eldeni Fernandes Camargo.
Entre seus objetivos estão o estudo, prática e divulgação da cultura afro-brasileira, a prática da caridade como dever social e princípio de moral e como exercício pleno de solidariedade e respeito ao ser humano. Além disso, promove o desenvolvimento de trabalhos educacional, esportivo, social e de defesa e benefício da comunidade na qual a Tenda se insere. Embora a Tenda pratique, de fato, os dois últimos aspectos citados, nos deteremos no primeiro, aquele que diz respeito diretamente à compreensão e prática religiosas, inseridas num contexto macro de cultura afro-brasileira.
A organização institucional segue a configuração tradicional: presidente de honra, presidente e vice-presidente, primeiro e segundo secretários, primeiro e segundo tesoureiros e diretores de departamentos.
A organização religiosa é formada por um conjunto formado pelos guias espirituais , médiuns e pela chefe de terreiro Mãe Eldeni, filha de Iemanjá e Ogun e entidades, tendo como guia de frente a Cabocla Marola do Mar e Omolocô Caboclo Lírio Branco (coordena todos os trabalhos realizados na tenda, sob orientação da primeira)
Eldeni exemplifica como se dá o acolhimento e definição das funções dos médiuns e suas entidades, em um auto-aprendizado coletivo das “linhas” que vão se agregando e num processo de contínua transformação, totalmente aberto à inclusão de novas contribuições espirituais e coerente com a opção democrática preponderante neste centro.

“A Cecília começou como cambona, e depois veio o Omolu. A Milena tem o Povo do Oriente. Ela veio e ensinou a todos como era. Se chegar outras entidades (marinheiro, baiano), a gente vai incluindo”.

O cronograma dos trabalhos inclui o revezamento das sessões destinadas às entidades com os períodos de estudo, atendimento e desenvolvimento, assim descritos pela mãe-de-santo.

“Segunda é atendimento: médiuns e entidades se revezam. Esses que estão começando não dão atendimento, ficam só na corrente ; na quinta, é desenvolvimento: cada um chama suas entidades para atender os médiuns. Quando o médium começa, perde muito o equilíbrio. No desenvolvimento ele vai se concentrando mais, se firmando... pode se exercitar...então, não é para o público, é só para os médiuns porque eles também querem conversar com os guias que incorporam aqui.”

No binômio “atendimento e desenvolvimento” reside a base teórico-prática do grupo. Ou seja, na concepção de seus médiuns, não é possível praticar o primeiro junto ao consulentes que procuram o centro, sem uma ação sistemática no sentido de fortalecimento e aprofundamento espiritual, ou seja, o desenvolvimento. Assim, o grupo divide-se entre estes dois diferentes momentos de sua atuação.
O atendimento localiza-se entre os momentos mais importantes e mesmo a razão principal de ser da maioria dos centros, principalmente da Umbanda, que tem como um dos eixos centrais a prática da caridade. Entretanto, não se trata apenas de uma “doação” dos religiosos a seus consulentes, aqueles que procuram seus serviços espirituais. Trata-se de uma troca. As entidades aconselham, orientam e realimentam espiritualmente os médiuns, auxiliando até mesmo em dificuldades concretas da vida cotidiana, tais como problemas de saúde.

“Faço o desenvolvimento dos médiuns e depois eles escolhem qual a entidade que eles querem conversar. E conversam para resolver o problema. Porque a Umbanda basicamente resolve problemas: emocional, com filhos, profissionais, de relacionamentos e de saúde principalmente. Nós temos três entidades aqui que receitam muitos remédios, né? Minha família, se os médicos dependessem de nós morriam de fome [risos] porque raramente vamos ao médico.” (idem)

Estudo, pesquisa, observação e diálogo compõem a educação mediúnica. A preocupação da atividade de estudo e formação busca superar um certo praticismo espontaneísta identificado em outros grupos, que impede que o médium aprofunde conhecimentos e supere o nível da intuição e mediunidade espontâneas. O objetivo é que sua eficácia espiritual também aumente. Ou seja, há uma clara associação entre saber adquirido e mediunização e esta só pode ser plena e houver preocupação com a aquisição daquele.

“O que observo nos terreiros é que pegam a pessoa e dizem: ‘Tu bota uma roupa branca, compra uma guia de anjo-de-guarda’ e enfia o médium no terreiro, roda ele como se fosse um pião. O que acontece? O médium vai indo, indo, ouvindo daqui, dali. Ele não tem uma noção do porquê e do prá quê. Então, tem que educar esse médium. Ele tem que estudar, pesquisar, perguntar, muito, muito e sobretudo estar atento porque cada entidade que vem nos mostra tanta coisa, é só observar. Um médium ignorante não pode fazer muita coisa por ele e nem pelas pessoas que vem procurá-lo. Tem um ditado que diz: ‘Se o pote está sujo, a água não vai sair limpa. Ele tem que estudar” (idem)

São diversas as fontes informativas que podem auxiliar na formação de um médium. Elas podem ser orais ou escritas. Uma delas, citada pela mãe-de-santo Eldeni e a mais importante, segundo confirmação de vários entrevistados são as orientações emanadas das próprias entidades ou guias espirituais. Além da forma oral, através do diálogo com o médium este tipo de informação pode assumir ainda, como no caso da Tenda analisada, o formato de textos psicografados pela mãe-de-santo. O grupo possui também apostilas impressas e uma “agenda umbandista” elaboradas por seus participantes, que são utilizadas durante as sessões de estudo com informações sobre entidades do terreiro, horários dos trabalhos, textos de aconselhamento escritos pela mãe-de-santo ou retirados de alguma obra publicada, lembretes sobre deveres do médium, credo e hino da Umbanda, calendário comemorativo dos orixás, prece para abertura dos trabalhos, pedido de proteção, banhos de descarga, etc.
Além disso, existem também as fontes religiosas clássicas, como o Evangelho, os textos empíricos e teóricos escritos por adeptos ou estudiosos das religiões afro-brasileiras e também a Internet. Há, portanto, uma combinação harmônica entre fontes escritas, orais e virtuais, oriundas do plano espiritual e material.

“O Evangelho é um só, com variações: o Kardecismo usa de um jeito, o catolicismo de outro, o evangélico de outro. Pegamos o Evangelho segundo o espiritismo, estudamos as questões da Umbanda. Os médiuns têm perguntas e durante os trabalhos não dá para responder. Então oriento: escreve pro dia do estudo a gente esclarecer. Utilizamos livros escritos sobre Umbanda. Não como manual prá ver como se faz um trabalho, isso de jeito nenhum! [risos] Que fique claro: ver como se faz oferenda para Ogun, não se consulta em livro! Nessas questões as próprias entidades nos orientam, respondem às questões de remédios, de porque fazer isso, não fazer, né? Usamos também pesquisa pela INTERNET.” (idem)

Dentro do trabalho formativo desenvolvido no grupo é objetivo primordial assimilar a diversidade de conhecimentos. A preocupação é conhecer as variadas linhas de pensamento dentro do grande campo dos autores que escreveram sobre as religiões afro-brasileiras. Entretanto, há uma insistência na imprescindibilidade da orientação oriunda do plano espiritual e da maior relevância desta no conjunto da atividade de estudo e pesquisa. Há também uma preocupação com a atualização, adaptação e evolução do conhecimento dos médiuns. Ou seja, não há uma concepção do saber como algo estático, parado no tempo, mas inserido num movimento que transforma continuamente seu conteúdo.

“Estudamos os fundamentos, como outros autores encaram a Umbanda: dependendo da descendência espiritual dele, ele tem uma visão. Tem aqueles que são pesquisadores, observam e dão o parecer. A gente lê prá ver o que estão dizendo...Porque uma coisa é o que a gente sente e pratica e outra é o que acaba passando para os outros. Tem que aprender, evoluir, se adaptar. Repito: não por exemplo, como se põe um filho na Umbanda, preparações que tem que fazer. Isso não se aprende em livro! Isso é a própria entidade que inicia os trabalhos espirituais dentro do terreiro quem ensina.” (idem)

Acoplada a esta concepção de construção do conhecimento como um processo dinâmico e plural, está a intenção de democratização do saber, aspecto bastante original da T.U. Cabocla Marola do Mar, exemplar entre o povo-de-santo local. Em grande parte dos terreiros, a mãe ou pai-de-santo abre e conduz as “giras”, as cerimônias rituais. Há alguns raros casos nos quais, sendo a mãe ou pai-de-santo muito idosos, doentes ou estando limitados por razões diversas e possuindo um Pai ou Mãe Pequenos de extrema confiança, estes abrirão e conduzirão os trabalhos. Mas o que chama a atenção no caso aqui estudado é a explícita intenção da mãe-de-santo de romper esta obrigatoriedade e promover em seu terreiro a democratização do saber, através do revezamento de funções rituais que, em geral pertenceriam ao grau hierárquico mais alto no terreiro, mas que neste caso é exercido por outros médiuns, como forma de “práxis” de seu futuro religioso. Não há, de sua parte, qualquer limitação física ou espiritual que impeça a mãe-de-santo Eldeni de abrir e conduzir trabalhos; há apenas a vontade declarada de democratizar alguns papéis consolidados como exclusivos do chefe-de-terreiro, permitindo assim a autonomia do médium. O educador Paulo Freire já alertou para a importância da práxis no processo educativo, que promove a reflexão sobre a ação prática do indivíduo como alimentadora do processo de aquisição de saber. Parece ser esta a opção educativa da T.U. Cabocla Marola do Mar.

“Outra coisa que diferencia meu ritual dos outros, é que normalmente o pai-de-santo sempre abre os trabalhos. Eu não abro quase nunca. Os médiuns têm uma escala: quem abre os trabalhos, quem faz a limpeza...Quem abre os trabalhos, segue esse ritual [mostra um livro sobre o altar] que eu deixo. Está prontinho e... abre os trabalhos....Se estou preparando um médium para ser pai-de-santo ele só vai aprender fazendo! Não posso esconder isso, tenho que abrir” (idem)

Coerente com a opção da democracia interna e da divisão de responsabilidades, algumas noções “do santo” adquirem uma significação bastante específica. É o caso do “segredo” religioso e ritual. Para a mãe-de-santo Eldeni, o segredo limita-se aos conhecimentos específicos que resultam da combinação espiritual do médium e de seu lugar na escala hierárquica e que, por esta razão, não são aplicáveis a outro, o que justificaria porque não são coletivizados. Entretanto, acima do conhecimento transmitido pela mãe-de-santo está sempre a vontade do guia espiritual, que deve preponderar sobre qualquer outra determinação, como já vimos anteriormente.

“Esses segredos, ou seja, a magia da Umbanda, a gente só transmite para um médium quando ele se recolhe para se tornar pai ou mãe-de-santo. No retiro já se começa a passar os fundamentos secretos, ou melhor, não é secreto, é a essência – Fundamentos Essenciais – sempre obedecendo à descendência dele. Por exemplo: tenho um filho-de-santo que é pai-de-santo e filho de Ogun. Então, tenho que dar para ele os fundamentos de Ogun dizendo: ‘Consulta teu Pai de Cabeça e vê se é isto mesmo o que ele quer.’” (idem)

A democratização do conhecimento não significa, portanto, sua vulgarização ou banalização, mas desdobra-se em duas vertentes: além do mencionado acesso à ação prática ritual como forma de exercício preparatório no processo educativo, significa o fornecimento de ferramentas para aquele que já está preparado para determinado poder religioso a fim de que possa exercê-lo sem depender de outrem. A construção da autonomia significa, portanto, subsidiar o médium de acordo com a escala hierárquica religiosa em que se encontra e que lhe dá direito à obtenção das informações, juntamente com o conseqüente aumento da carga de responsabilidade material e espiritual.

“O básico eu fiz: fui lá e fiz a firmeza do terreiro dele, expliquei como tinha que ser e outras coisas que a gente só diz para um médium quando ele vai ser pai-de-santo, conscientizá-lo da responsabilidade. Isto não se fala para um médium que está iniciando porque ele acaba confundindo e fazendo tudo errado. É como na escola: ao jardim o que é do jardim; ao primeiro grau o que é primeiro grau. Assim é na religião, tem que ser aos poucos, porque chega na metade do caminho muitos desistem e esses conhecimentos não podem ficar com uma pessoa que não adquiriu a noção de responsabilidade e de como fazer uso deles. Senão a gente estaria fazendo um monte de aprendiz de feiticeiro por aí, não é? [risos]” (idem)

Se o segredo tem a medida da dimensão do conhecimento que cabe ao indivíduo conforme seu local na escala religiosa e sua descendência espiritual, não cabe, portanto, manipulação do conceito no sentido de utilizá-lo como subterfúgio ou meio de exercer a mistificação religiosa.

“Para mim, não tem esse negócio de segredo. Às vezes é desculpa porque a pessoa não sabe responder o que foi perguntado. O segredo mesmo é quando o médium se deita pro santo e recebe as mensagens do orixá. O chefe de terreiro fica só orientando. Por exemplo, nenhum dos meus médiuns sabe o que está enterrado aqui, mas não interessa, porque quando eles forem ter o terreiro deles, vão ser outras coisas enterradas, porque os santos são outros, as características de cada um varia. No mais, segredo não existe. Os ditos segredos são trabalhos que se faz para os mais variados fins.” (idem)

Pelo exposto, vimos que os terreiros das religiões afro-brasileiras na Grande Florianópolis apresentam um potencial significativo como verdadeiros centros educacionais de prática intercultural, de aprendizagem social, cultural, religiosa e política.



O trabalho educativo intercultural comunitário comunitário: o caso da Tenda Espírita Caboclo Cobra Verde

Giacalone (1998) aborda a intercultura como um projeto que busca conjugar universalismo e relavitismo, .... “colocar-se na relação, no confronto rela que podemos descobrir semelhanças e diferenças, o eu, o outro experimentando uma nova possibilidade de se tornar nós”. É dentro desta possibilidade de tornar-se “nós”, em uma perspectiva coletivista e comunitária, permeado pelo amálgama cultural da religiosidade, que analisaremos a T.E. Caboclo Cobra Verde. O grupo segue o ritual Almas e Angola e, “vem trabalhando em prol do desenvolvimento prático-mediúnico, colocando à disposição da comunidade um quadro de médiuns aptos a atender mediunicamente todas as pessoas que precisarem de apoio e orientação espiritual” . Além disso, oferece aos seus médiuns o atendimento individual, e “este é realizado nas 24 horas que o médium necessitar”.
Além do atendimento espiritual àqueles que a procuram, a Tenda tem como objetivos auxiliar no suprimento, na medida do possível, de “necessidades mais imediatas” tais como: alimentação, roupas, etc. Segundo seus dirigentes, “seus trabalhos filantrópicos vão além dos ideais de solidariedade, buscando também a ação de cidadania e resgate à dignidade humana”. Na TECCV “a caridade é uma meta a ser seguida e para onde se direcionam suas atenções”.
Em sua organização institucional a TECCV conta com uma equipe de 30 pessoas entre médiuns e colaboradores diretos. A presidente é a Yalorixá Maria Tereza Bonete Martins. Além da Tenda, que responsabiliza-se pelo aspecto espiritual, a partir de 1999 foi criada, articulada a esta, a Associação Cobra Verde de Ação Solidária – ASCOVE, destinada exclusivamente à questão filantrópica.
Em caso de camarinha, há uma escala da organização dos médiuns na semana preparatória da “saída” dos que estão “recolhidos”: os trabalhos são realizados de segunda-feira a Domingo. Os turnos são escalonados nos períodos da manhã, tarde e noite, ininterruptamente, havendo a troca apenas de equipes de médiuns de um turno para outro.
O trabalho educativo intercultural comunitário desenvolvido pela TECCV desde sua fundação em 1988 foi assumido, a partir de 1999, pela entidade civil ASCOVE. Alguns integrantes participam de ambas as instâncias: a espiritual, sob responsabilidade da Tenda, e a assistencial, desenvolvida pela Associação. Não há, segundo seus dirigentes, qualquer obrigatoriedade desta dupla ação: há liberdade para optar somente pelo envolvimento espiritual ou somente assistencial. Há independência entre as duas instâncias.
O trabalho mais sistemático desenvolvido pela Associação atualmente ocorre basicamente junto à Comunidade do Pedregal, bairro Bela Vista, da qual são cadastradas as famílias mais necessitadas. Este contato ocorreu por iniciativa dos médiuns da Tenda, como um prolongamento do trabalho mediúnico, dentro da concepção de que a caridade não pode restringir-se ao plano espiritual, mas estender-se ao social. Note-se, pela descrição que o babalorixá Geovani faz das motivações iniciais, que não há uma visão unilateral de apenas “auxiliar a comunidade”, mas também a busca de um aprendizado dos próprios religiosos no sentido de realização plena de sua espiritualidade:

“Sentimos necessidade de ter contato mais direto com a comunidade. A gente tinha uma visão muito limitada da situação; procuramos a comunidade até para desenvolver a mediunidade, porque ser médium é assistir as pessoas de todas as formas. Não só espiritual mas, às vezes, até material, dependendo da situação. O médium é um porta-voz, é um mensageiro espiritual”.

Apesar da independência entre as instâncias mediúnicas e filantrópicas, há entre estas um ponto de intersecção fundamental: a entidade mentora da Tenda, o Caboclo Cobra Verde, que determina os caminhos espirituais e assistenciais. Entre as estratégias orientadas por ele, está a de envolvimento da comunidade de classe social mais abonada que habita em torno da Tenda na arrecadação dos donativos para os mais pobres. Esta mostrou-se eficiente enquanto solucionadora das dificuldades materiais que a proposta de filantropia enfrentou em seu início:

“ A primeira atividade começou em 89: doação de roupas, alimentos e brinquedos. Na primeira campanha começamos atendendo às crianças com brinquedos usados porque o grupo não tinha dinheiro para novos. A própria entidade nos orientou naquele caminho, mobilizar mais pessoas para a caridade. Hoje mobilizamos toda a comunidade para donativos e todos os vizinhos próximos vêm nos procurar para ver como podem colaborar na Campanha”. (Babalorixá Geovani)

O trabalho comunitário educativo urge como uma estratégia contra o preconceito e pela integração da Tenda com a comunidade circundante e será o principal veículo de rompimento dos estigmas em relação à prática religiosa. O trabalho educativo intercultural, tanto junto à comunidade pobre, quanto junto à mais abonada, circunvizinha à Tenda, representou a ponte concreta de diálogo entre os planos espiritual e material, na medida em que possibilitou a abertura desta vizinhança à aceitação da diversidade religiosa e superação de preconceitos.

“Quando a gente construiu esse espaço, há onze anos, sofríamos preconceito dos vizinhos, eles criticavam. As casas são muito próximas, o barulho atrapalhava e, por não conhecerem, tinham uma visão negativa da Umbanda, imaginam coisas que não é realidade. Com esse trabalho assistencial, conseguimos mobilizar e mostrar para a comunidade que o que a gente faz é positivo, tanto no sentido espiritual quanto no sentido de atendimento às comunidades...Passaram a nos ver com outros olhos. E começaram a se aproximar.” (Babalorixá Geovani)

Como resultado de dez anos de atuação, o trabalho educativo intercultural comunitário da TECCV possibilitou a saída dos médiuns para além do espaço exclusivo da Tenda e arredores, além de conseguir outros apoios, ampliando sua ação e seu leque de influência:

“A gente não está mais fazendo a festa na Tenda, porque se tornou pequeno. Agora a Festa dos Carentes é no Ginásio de Esportes da Bela Vista. O pessoal do ginásio sabe que é do pessoal da Umbanda e apoia, mas porque é o nosso centro e já conhecem nosso trabalho”. (Babalorixá Geovani)

Atualmente, um nova etapa está sendo planejada pelos integrantes da TECCV e ASCOVE: a realização de cursos profissionalizantes junto à comunidade do Morro do Pedregal. O objetivo é um trabalho de formação com vistas à construção da autonomia e rompimento da dependência:

“Não adianta só dar o peixe, tem que ensinar a pescar. Isso foi orientado pelos mentores do terreiro”. (Babalorixá Geovani)

Pelo exposto, pode-se afirmar que a T.E. Caboclo Cobra Verde está atuando como um verdadeiro centro de formação e educação, com uma concepção que alia espiritualidade e solidariedade na prática. Sua ação transforma não somente o grupo de médiuns, mas irradia-se à toda a comunidade circundante. Em seu trajeto, vai transformando preconceitos em espírito participativo e desejo de colaboração.
Além deste trabalho mais sistemático desenvolvido pela Tenda, os centros realizam esporadicamente algumas ações comunitárias. Por exemplo, nas ocasiões festivas de homenagens aos orixás, geralmente há um momento de confraternização ao final do ritual, quando alimentos são servidos ou distribuídos a todos que desejem participar, quer sejam freqüentadores do terreiro ou não, uma prática generalizada entre o povo-de-santo.
A Tenda de Umbanda Cabocla Marola do Mar, de Mãe Eldeni está projetando, através da Associação Beneficente e Cultural Marola do Mar, uma sede ampliada na qual instalará um centro assistencial. Neste, além das sessões de Umbanda e estudo do Evangelho, haverá um depósito de donativos angariados para a população carente, sala de aula para reforço pedagógico e alfabetização de adultos e espaço para creche abrigando crianças de 0 a 6 anos em período integral .
O trabalho comunitário educativo é encarado como oportunidade de crescimento espiritual para os médiuns e como estratégia contra o preconceito e integração, pela sua ação intercultural e social. As divindades determinam os caminhos religiosos e assistenciais, imbricando-os. A meta é a autonomia da comunidade, com o terreiro atuando como centro de formação e educação comunitária e intercultural, percorrendo, como assinala Fleuri (1999) “os complexos itinerários de formação e produção cultural em contextos já fortemente miscigenados”, como é o caso do Brasil. A educação intercultural pode, neste sentido, auxiliar na promoção dos sujeitos que muitas vezes estão à margem dos processos de visibilidade social e cidadania. Neste sentido, pode recuperar a centralidade da contribuição dos grupos citados para a equidade, tolerância e convivência democráticas em nossos país, aliando espiritualidade e solidariedade na prática, cuja ação intercultural transforma o grupo internamente e a sociedade envolvente.

Bibliografia

• BASTIDE, Roger. As religiões africanas no Brasil. SP: Liv. Pioneira Editora, 1985.
• CACCIATORE, Olga Gudolle. Dicionário de Cultos afro-brasileiros. RJ: Forense Universitária, 1988.
• GEERTZ, Clifford. Cap.IV: A Religião como Sistema Cultural. In: GEERTZ, Clifford. A Interpretação das Culturas. Pg.101– 142.
• Fleuri, Reinaldo Matias. Educação Intercultural e complexidade: implicações epistemológicas e perspectivas pedagógicas da educação intercultural no Brasil. Relatório do Projeto. Mover: UFSC, 1999
• GIACALONE, Fiorella. La festa, il Cibo, L’Incontro. Strumenti di lettura della Festa per un’educazione interculturale.Arnaud: Firenze; CIDIS:Perugia, 1998
• MORIN, Edgar.Complexidade e ética da solidariedade”. in Ensaios de Complexidade. Porto Alegre: Sulina, 1997.
• ORTIZ, Renato. A morte branca do feiticeiro negro. Petrópolis: Vozes, 1978.
• SODRÉ, Nelson Werneck. Síntese da História da Cultura Brasileira. São Paulo: Difel, 1985.
• TRAMONTE, Cristiana. Com a bandeira de Oxalá! Trajetória, práticas e concepções das religiões afro-brasileiras na Grande Florianópolis. Lunardelli, Editora da UNIVALI, Florianópolis, 2001
• TRATADO contra o Racismo. In: Tratados das ONGs. Aprovados no Fórum Internacional de Organizações Não-Governamentais e Movimentos Sociais no âmbito do Fórum Global Eco-92. Rio de Janeiro: RJ, Instituto de Ecologia e Desenvolvimento, [s/d}. 264p.

domingo, 18 de julho de 2010

Cambone, Cambono, Cambona

Coletânea de informações a respeito do assunto




O Cambone da ABCTUCMM

A função de cambone é uma das mais importantes de uma casa. Tradicionalmente, cambone é aquele médium que não incorpora, ele auxilia o chefe de terreiro a administrar a casa. Apesar de ainda não termos encontrado este tipo de médium,os que assumem esta função em nossa casa, a tem desempenhado muito bem.
É importante salientar que o Cambone não é “empregado” de nenhum médium ou Entidade Espiritual, na verdade ele é um valioso auxiliar.

O Cambone da nossa casa, auxilia a Mãe de Santo, poupando-a da tarefa de:

- Verificar se os médiuns estão uniformizados de acordo com as regras da casa;
- Verificar se os médiuns cantam os pontos;
- Elaborar e distribuir escalas para limpeza, abertura dos trabalhos e mutirões;
- Verificar se os médiuns estão cumprindo corretamente suas obrigações;
- Providenciar substitutos para os médiuns que deixam de cumprir suas tarefas;
- Chamar a atenção de qualquer Entidade Espiritual, quando necessário;
- Chamar a atenção de qualquer médium, quando necessário;
- Chamar a atenção da assistência, quando necessário;
- E muitas outras providências que se fazem necessárias para o bom andamento dos trabalhos.

Em nossa casa, esta função é exercida pela médium MICHÉLLI, portanto, é a ELA que os demais médiuns devem se reportar em caso de FALTAS, pois ela terá que providenciar se for o caso, outro médium para assumir a parte que deixará de ser feita pelo médium faltante. Ao mesmo tempo em que informará à Mãe-de-Santo o motivo da falta do médium.

O Cambone da Mãe-de-Santo tem a função de:

-Organizar o material que será usado pela Entidade que trabalhará na gira do dia;
-Anotar os recados;
-Anotar a recomendações que são passadas para os consulentes;
-Agendar atendimento fora dos dias de trabalho;
-Organizar o material que as Entidades da Mãe-de-Santo usa.
-Manter em ordem a Sala da Mãe-de-Santo;
- E muitas outras providências que se fazem necessárias para o bom andamento dos trabalhos.

Aos demais médiuns é vedado o acesso á sala particular da Mãe-de-Santo, bem como manuseio do material de suas Entidades sem a autorização do Cambone.
Esta função é exercida pelo médium MARCO, é a ELE que deve se reportar a pessoa que precise agendar todo e qualquer atendimento fora dos dias normais de trabalho.

Além desses dois médiuns que exercem a função, temos ocasionalmente outros médiuns que contribuem com as seguintes tarefas:

- Distribuir e recolher as fichas
- Interromper (com educação) a consulta, quando perceber que o consulente está se estendendo em uma conversa fútil, ou ainda quando começa a perguntar pelo tio, sobrinho, primo, amigo, etc, pois esta atitude além de leviana, sobrecarrega o médium, que fica mais tempo com sua Entidade incorporada, desperdiçando energia.

- Preparar a tronqueira;
- Preparar o Terreiro;
- Acender a brasa para o defumador;
- Proceder a defumação.




ORIENTAÇÃO

Observe que:
Toda Entidade que arreia costuma cumprimentar a Mãe-de-Santo ou o Guia que nela estiver incorporado em seguida os CAMBONES batem a cabeça; DEPOIS, seguirá a hierarquia. até que todos tenham cumprido este ritual.
Os cambones verificam se as Entidades tem todo o material necessário para trabalharem, se tudo estiver em ordem inicia-se então o atendimento o médium que está na corrente deve abster-se de conversar com as Entidades, mesmo que estas o chamem, pois ele tem a oportunidade de ser atendido pelo tempo que quiser, no dia do médium, ou ainda, em caso de urgência, solicitar que o médium com Entidade identificada o atenda após o término dos trabalhos ou este atendimento poderá ser realizado em outro dia qualquer.

Biguaçu, Maio de 2010

Eldeni F. Camargo
Sacerdotisa de Umbanda




CAMBONE - CAMBONA OU CAMBONO

É o médium cuja missão não é incorporar e sim, auxiliar o Chefe de Terreiro os médiuns de incorporação e as Entidades a prestarem a caridade. Este médium é tão importante quanto os demais.
São inúmeras as funções atribuídas ao Cambone e estas funções variam de Terreiro para Terreiro.
O médium que está iniciando essa atividade pode atrapalhar-se um pouco, pois são muitas Entidades para serem atendidas, cada uma com sua personalidade e suas peculiaridades, além das outras atribuições que lhe é pertinente. Mas, com boa vontade e paciência, logo o médium adapta-se ao ritmo dos trabalhos.
Deve o Cambone cuidar dos Guias e Orixás, servindo suas bebidas, comidas, o cigarro ou charuto, suas vestes, escrevendo para ele, enfim auxiliando em todo o trabalho. Cambone é, sem dúvida alguma, o cargo mais dificil de assumir, pois o médium deve conhecer como é cada orixá , saber o que cada orixá come, o que bebe, o que ele gosta, o que usa , traduzir seu linguajar. Além de cuidar para que a corrente permaneça sempre em harmonia e os médiuns firmando os pontos.
É também de responsabilidade do Cambone atender a assistência, encaminhando-a para as consultas com as Entidades e conforme a necessidade, traduzir e orientar para que as receitas e os trabalhos sejam perfeitamente compreendidos.
Todos os médiuns e Entidades espirituais devem respeito ao Cambone que tem, ainda a função de fiscalizar normas, conduta, postura e regras do Terreiro, comunicando ao Guia Chefe ou a Mãe (Pai)-de-Santo toda e qualquer irregularidade ocorrida durante a gira.



"Quando a última
árvore for cortada,
quando o último rio for poluído,quando o último peixe for
pescado,aí sim eles
verão que dinheiro
não se come..."

(Chefe Sioux)



A utilidade do cambono no terreiro

1- Qual a real utilidade dos cambonos no terreiro?
o cambono é de suma importância, tanto qto o médium que esta incorporado, pois ele vai fazer as anotações para o consulente, vai decifrar algumas palavras que o consulente não entenda e filtrar a conversa. Ele é muito importante dentro de um terreiro. Tem que ter muita confiança no cambono.
2- Pq a Umbanda (diferente da mesa branca) só trabalha com médiuns de incorporação?
existe sim mais funções dentro da umbanda, pois em minas existem algumas casa com senhoras ou senhores que não incorporam, ficam na gira vendo as entidades trabalhando e vendo as entidades que querem chegar algumas vezes ajudam com cantigas e outras com fundamentos, eles ficam na gira vendo ou melhor falando observando os espíritos no mundo astral. São videntes sem incorporação.
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"A estrada para o sucesso não é uma reta. Há uma curva chamada fracasso, um
trevo chamado confusão, quebra-molas chamados amigos, faróis de advertência
chamados família.



Cambone, o pilar da Umbanda

Saudações queridos irmãos!!!

Falar dos irmãos e irmãs cambones é um privilégio e um imenso prazer. Ainda que muitas vezes eles passem despercebidos aos consulentes e assistência durante um trabalho, são os cambones os grandes responsáveis pelo bom andamento de um trabalho. Pois é, são de fato, a viga mestre do trabalho.

Cambones são os médiuns preparados e consagrados ao trabalhos de auxiliar e servir os mentores e guias durante os trabalhos. São preparados para a doutrinação de espíritos menos esclarecidos, são treinados para terem uma concentração excepcional para o auxilio na firmeza do ritual.

Quando chega uma entidade em terra que não fala a língua portuguesa, somente o cambone preparado poderá entender o que a entidade está falando. Não quer dizer que o cambone vai saber falar várias línguas desconhecidas e até desaparecidas no tempo. O que ocorre é que o cambone cria uma ligação espiritual com a entidade em questão, onde a mesma conversa com o cambone telepaticamente.

Somente os cambones preparados têm a outorga de auxiliar as entidades magísticas, manipulando e contribuindo na realização de magias ou manipulação de elementos diversos. Seu corpo espiritual, assim como o médium incorporante, recebe uma preparação especial antes de seu reencarne para que possa ter estrutura e aguentar os entrechoques do astral.

Faço toda esta exaltação porque estou cansado de ver irmãos cambones questionarem sua condição, e pecam ao dizer :”Meu trabalho é dispensável, só sirvo! Qualquer um pode fazer isto...”, bem esta não é a verdade. Caso contrário realmente seria uma baderna se qualquer pessoa pudesse servir os mentores.

Como exemplo, um médico faria uma cirurgia sem as enfermeiras? O que seria de um empresário sem uma eficiente secretária? Ou como seria do câmera man sem o cabo man? Entendem? Por menor que pareça a participação do protagonista, é tão fundamental quanto a presença do ator principal.

Saibam que uma entidade quando incorporada, traz consigo vários espíritos que lhe auxiliam durante os trabalhos, os quais podemos chamar de cambones espirituais. Se não fosse eles, seria uma loucura e impossível uma entidade trabalhar. Já pensou? Um caboclo precisa de uma energia tal, aí ele desencorpora e vai buscar, aí volta e incorpora...e assim por diante. Imaginem! Loucura, não!?!

Pois é senhores e senhoras cambones, conscientizem-se de que são muito importantes num trabalho espiritual, e isto não é demagogia, mas saibam que como os médiuns incorporantes vocês devem ser preparados e buscarem sempre o maior esclarecimento e estudos a cerca da espiritualidade. São vocês médiuns auxiliares, que doam energias o tempo todo, ainda que não percebam
Um trabalho de Umbanda é formado pelo médium, cambone e a entidade espiritual, o triângulo de um trabalho.
Recebam meu sincero abraço fraterno todos cambones que militam nesta seara do amor e fé!
Salve a Umbanda!
Saravá!
Fonte: JUS – JORNAL DE UMBANDA SAGRADA
http://www.aevb.org/content/view/130/1/ (fonte)
Pesquisa por Antonio D´Ogum
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* " A Morte é tão convicta de sua vitória, que nos dá a Vida inteira de vantagem..."
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Ponto para homenagear os cambones

OLHA CAMBONO, MEUS CAMBONINHOS, E MEUS CAMBONOS
OLHA QUE OGUM JA CHEGOU
OLHA CAMBONO, MEUS CAMBONINHOS, E MEUS CAMBONOS
OLHA QUE OGUM JA CHEGOU
MINHA TERRA E MUITO LONGE , EU VIM NAS ONDAS DO MAR
MINHA TERRA E MUITO LONGE , EU BEIRA-MAR VIM BEIRANDO O MAR



Cambone de Umbanda

Gostaria de abordar um trabalho de extrema importância no terreiro que é o de cambone. O trabalho de Umbanda no atendimento ao consulente também funciona como um relógio, que tanto no astral com na parte material depende do bom funcionamento de sua engrenagem.
Existe toda uma expectativa no início dos trabalhos, cada casa tem seu ritmo, mas o que não muda é aquela adrenalina e ansiedade (benéfica) à espera da linha de trabalho a ser chamada. Muitas vezes por tempo de trabalho e por dedicação e afinidade, o cambone se sente um misto de peça importante com um filho de todas as entidades que na casa se manifestam.
É, muitas vezes, temos esse sentimento, de atenção com tudo, preparar o espaço para a chegada dos Guias Espirituais, pembas, blocos de anotação, velas, tudo tem de estar a contento, a assistência, ansiosa, tem que ser bem recebida e conduzida aos Guias. Todo o trabalho transcorre numa dinâmica de atenção, concentração e doação, depen dendo muito do amor e da dedicação de todos, inclusive dos cambones. Aí entra também o sentimento de ser filho de cada um dos Guias espirituais, que com o tempo só de olhar sabem como estamos, como um pai que olha o filho pequeno.
Os cumprimentos e o abraço de um, a palavra do outro, a "chamada" de um terceiro, e a gente vai, crescendo como crianças dentro de uma grande família de sábios, anciões, companheiros, pais e mães espirituais.
Chegando até mesmo um ponto, em que ao meio de inúmeros Guias, o cambone ouve mentalmente o chamado de um ou outro Guia Espiritual com mais afinidade com o cambone, solicitando sua presença ali ao seu lado. Isso não tem preço ! Não digo que cada dia de trabalho tem um aprendizado, mas sim, cada atendimento, sendo este ligado apenas um médium e suas entidades ou como também os cambones que atendem vários médiuns sem ser específico de um só.
Muito depende do funcionamento de cada casa, mas o trabalho de ser cambone é uma escola, um aprendizado sem fim, que aos atentos, faz aumentar a fé, descobrir- se e sentir amado e especial.
Existem dias, em que o cansaço e eventuais dificuldades atrapalham, mas são nesses dias, em que a espiritualidade te re- compensa com um abraço de um pai querido ou um ramo de arruda imantado. Enfim, cada gesto dessa grande corrente, não só de pais e mães espirituais, mas como também os "colegas", irmãos de trabalho que se ajudam e muitas vezes, sob a coordenação de um guia espiritual fazem o revezamento de descarregos para os mais necessitados da corrente.
Ser cambone é ser importante para o bom funcionamento do trabalho, exige ser atento, concentrado, estudar, aprender e se incorporar à dinâmica de trabalho da Umbanda, estar preparado para toda um esforço físico, mental e espiritual de trabalho e acima de tudo amar a Deus e o que faz .
Hoje, de um modo geral, por todo o trabalho de doutrina, esclarecimento e preparação, os cambones são vistos como parte importante da engrenagem de funcionamento de uma casa, mas apelo aos irmãos, colegas de trabalho, que se vejam, não com soberbia na importância do seu trabalho em uma casa, mas como privilegiados e abençoados por tanta generosidade que recebem em cada auxilio às entidades, sem precisar mencionar do auxilio que cada cambone, como médium de umbanda recebe de seus próprios amparadores espirituais. Percebam e intenalizem para poderem retransmitir, a gratidão, os pequenos gestos de humildade e delicadeza, a generosidade e o trabalho extremamente gratificante e engrandecedor de servir ao Pai, servindo a muitos. Se tiverem amor pelo trabalho de cambone, receberão amor enquanto forem membros neste ponto da hierarquia, e no futuro também colherão amor e doarão amor de toda a corrente. Hoje por vários motivos não participo mais dos trabalhos, sinto tristeza por dei- xálos, gratidão por ter sido tão maravilhoso o tempo que ali estive, e rogo que nosso Pai Oxalá me conceda a oportunidade de voltar.
Quando isso acontecer que seja tão per- feito, tão bom e me traga tanta felicidade como me trouxe ser um dia cambone.

Leny Regina Gritz
Templo Espiritualista Sol e Esperança
Templo Espiritualista Anita Zippin



CAMBONE, O Pilar da Umbanda / Rodrigo Queiroz

Saudações queridos irmãos!!!

Falar dos irmãos e irmãs cambones é um privilégio e um imenso prazer. Ainda que muitas vezes eles passem despercebidos aos consulentes e assistência durante um trabalho, são os cambones os grandes responsáveis pelo bom andamento de um trabalho. Pois é, são de fato, a viga mestre do trabalho.
Cambones são os médiuns preparados e consagrados ao trabalhos de auxiliar e servir os mentores e guias durante os trabalhos. São preparados para a doutrinação de espíritos menos esclarecidos, são treinados para terem uma concentração excepecional para o auxilio na firmeza do ritual.
Quando chega uma entidade em terra que não fala a lingua portuguesa, somente o cambone preparado poderá entender o que a entidade está falando. Não quer dizer que o cambone vai saber falar várias linguas desconhecidas e até desaparecidas no tempo. O que ocorre é que o cambone cria uma ligação espiritual com a entidade em questão, onde a mesma conversa com o cambone telepáticamente.
Somente os cambones preparados têm a outorga de auxiliar as entidades magisticas, manipulando e contribuindo na realização de magias ou manipulação de elementos diversos. Seu corpo espiritual, assim como o médium incorporante, recebe uma preparação especial antes de seu reencarne para que possa ter estrutura e aguentar os entrechoques do astral.
Faço toda esta exaltação porque estou cansado de ver irmãos cambones questionarem sua condição, e pecam ao dizer :”Meu trabalho é dispensável, só sirvo! Qualquer um pode fazer isto...”, bem esta não é a verdade. Caso contrário realmente seria uma baderna se qualquer pessoa pudesse servir os mentores.
Como exemplo, um médico faria uma cirurgia sem as enfermeiras? O que seria de um empresário sem uma eficiente secretária? Ou como seria do câmera man sem o cabo man? Entendem? Por menor que pareça a participação do protagonista, é tão fundamental quanto a presença do ator principal.
Saibam que uma entidade quando incorporada, traz consigo vários espiritos que lhe auxiliam durante os trabalhos, os quais podemos chamar de cambones espirituais. Se não fosse eles, seria uma loucura e impossível uma entidade trabalhar. Já pensou? Um caboclo precisa de uma energia tal, aí ele desencorpora e vai buscar, aí volta e incorpora...e assim por diante. Imaginem! Loucura, não!?!
Pois é senhores e senhoras cambones, conscientizem-se de que são muito importantes num trabalho espiritual, e isto não é demagogia, mas saibam que como os médiuns incorporantes vocês devem ser preparados e buscarem sempre o maior esclarecimento e estudos a cerca da espiritualidade. São vocês médiuns auxiliares, que doam energias o tempo todo, ainda que não percebam.
Um trabalho de Umbanda é formado pelo médium, cambone e a entidade espiritual, o triângulo de um trabalho.
Recebam meu sincero abraço fraterno todos cambones que militam nesta seara do amor e fé!
Salve a Umbanda!
Saravá!

Texto JUS – JORNAL DE UMBANDA SAGRADA
www.jornaldeumbandasagrada.com.br



Cambone,Combono ou Cambona ...

O ritual de preparação dessa figura tão importante na Umbanda, depende do ritual que a casa segue.
É um cargo de muita responsabilidade e a pessoa que assume essa função, precisa necessáriamente possuir algumas características. O cambone deve ser uma pessoa discreta e honesta, pois ficará ao par de muitas conversas e de muita preparações realizadas pelos Orixás e Guias.
Deve ser responsável, pois a maioria das providências a serem tomadas ficará sob sua responsabilidade. Ou seja, é a pessoa de confiança de pai e mãe de santo dentro do terreiro.
O ideal seria que essa pessoa fosse médium de intuição, que raramente incorporasse, essa característica auxiliaria muito o desempenho das tarefas, porém isto não é um requisito pré requisito.
No Candomblé as Ekedis exercem função semelhante, com a diferença de que não são rodantes, ou seja, não recebem nenhum Orixá.
Écomum na Umbanda a pessoa iniciar sua caminhada espiritual como Cambone, ao longo do tempo vai se familiarizando com a rotina do terreiro e um belo dia, está na roda se preparando para receber o seu Guia. Em outros casos, na falta de uma pessoa específica para exercer essa função os médiuns iniciantes é que são designados e treinados para cuidar das Entidades. É muito bonito apreciar os cambones cuidando dos guias com amor atenção e dedicação. É dele a responsabilidade de pelo bom andamento das giras, atender as entidades naquilo que precisa, auxiliando nas informações e dúvidas da assistencia, auxilia na cozinha em dias de obrigações e homenagens, auxilia no desenvolvimento dos iniciados, auxilia no preparo da ervas para a defumação, coordena bebidas e comidas em dias de festa. É uma missão que exige muito amor e carinho tanto pelos guias como pelo ser humano, pois é o primeiro contato de um terreiro com sua assistencia. Com disse anteriormente essa pessoa deve ser honesta e discreta, pois todas as informações passam por sua mão, onde se aprende mais que nunca, a ver, ouvir e calar.
Há casos em que a pessoa designada para ser Cambone não se adapta nesta função ou comete alguns deslizes, nesse caso, deve ser substituída e colocada em outra função.
“Muitas vezes por tempo de trabalho e por dedicação e afinidade, o cambone se sente um misto de peça importante como um filho de todas as entidades que na casa se manifestam.
É, muitas vezes, temos esse sentimento, de atenção com tudo, preparar o espaço para a chegada dos Guias Espirituais, pembas, blocos de anotação, velas, tudo tem de estar a contento, a assistência, ansiosa, tem que ser bem recebida e conduzida aos Guias.
Ser cambone é ser importante para o bom funcionamento do trabalho, exige ser atento, concentrado, estudar, aprende e se incorporar à dinâmica de trabalho da Umbanda, estar preparado para um esforço físico, mental e espiritual de trabalho e acima de tudo amar a Deus e o que faz”
Existe terreiros em que o Cambone é escolhido pelo Orixa da casa e ganha axe de todos. É um cargo exclusivo da Umbanda, sendo que em algumas casas existe apenas o cargo de cambono. E a iniciação do mesmo vai depender da forma como a casa conduz os seus rituais.